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A teoria do fogo – Prevenir é a melhor opção!

Publicado por Juliana Alves em

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Fotografia de dois bombeiros apagando um incêndio. A foto está sobre um fundo cheio de fumaça e focos de chamas. Há o texto "Teoria do Fogo conteúdo completo"

É de fundamental importância conhecermos a teoria do fogo e os elementos que compõem o fogo, para que possamos entender melhor as formas de início, propagação e de extinção de incêndios.

O fogo nada mais é do que uma reação química que libera luz e calor e essa reação química decorre de uma mistura de gases a altas temperaturas, que emite radiação geralmente visível.

Todo material quando aquecido a determinada temperatura, libera gases e são esses gases que, de fato, pegam fogo.

Sabendo que o fogo é uma reação química, então devemos conhecer quais são os elementos que compõem essa reação.

A Teoria Básica do Fogo

Sugere a existência de 3 elementos básicos no fogo: combustível, comburente e calor. Esses três elementos, reagindo em cadeia, dão origem ao fogo.

A literatura denomina esses elementos, bem como a relação entre eles, por triângulo do fogo ou tetraedro do fogo (este último mais recente, considerando, também, a reação em cadeia).

Teoria do Fogo

Combustível é toda a substância capaz de queimar e alimentar a combustão.

O combustível pode ser classificado como líquidos, sólidos e gasosos.

Comburente é o elemento que ativa e dá vida à combustão, se combinado com os vapores inflamáveis dos combustíveis.

O oxigênio é o comburente comum à imensa maioria dos combustíveis.

Porém, além do oxigênio, há outros gases que podem se comportar como comburentes para determinados combustíveis.

Assim, o hidrogênio queima no meio do cloro, os metais leves (lítio, sódio, potássio, magnésio etc.) queimam no meio do vapor de água e o cobre queima no meio de vapor de enxofre.

O magnésio e o titânio, em particular, e se finamente divididos, podem queimar ainda em atmosfera de gases normalmente inertes, como o dióxido de carbono e o azoto.

O calor é uma forma de energia. É o elemento que inicia o fogo e permite que ele se propague.

Reação em Cadeia

Os elementos combustível, comburente e calor, isoladamente, não produzem fogo. Quando interagem entre si, realizam a reação em cadeia, gerando a combustão e permitindo que ela se mantenha.

Algumas literaturas apontam a reação em cadeia como um quarto elemento, porém, analisando a função dela na combustão, verifica-se que ela nada mais é do que a interação do combustível, do comburente e do calor.

Formas de Propagação do Fogo

É de importância indiscutível nos trabalhos de extinção ou nos trabalhos de prevenção, o conhecimento das maneiras que o calor poderá ser transmitido.

As formas de transmissão de calor de um corpo para o outro ou para um meio, são: condução, convecção e irradiação.

Cabe ressaltar que, em algumas situações, podemos ter mais de uma forma de propagação envolvida na transmissão do fogo.

Condução

É a forma pela qual o Calor é transmitido de corpo para corpo ou em um mesmo corpo, de molécula para molécula.

Exemplo: quando acendemos um fósforo e percebemos que o fogo vem consumindo a madeira do palito de forma gradual, ou seja, molécula a molécula.

Convecção

Ocorre quando o calor é transmitido através de uma massa de ar aquecida, de um ambiente para o outro, por meio de compartimentações.

Exemplo:  situações em que um ambiente de um edifício está em chamas e, em minutos, outro edifício que não tem ligação direta, nem elemento físico os ligando, também começa a pegar fogo.

Isso geralmente ocorre pela transmissão de calor por massa de ar aquecida.

Irradiação

É a transmissão do calor por meio de ondas caloríficas através do espaço.

Exemplo: transmissão de calor do sol para a terra, através dos raios solares.

Pontos e temperaturas importantes do fogo

Os combustíveis são transformados pelo calor, e a partir desta transformação é eles se combinam com o oxigênio, resultando na combustão.

Essa transformação desenvolve-se em temperaturas diferentes, à medida que o material vai sendo aquecido.

Ponto de Fulgor

Com o aquecimento de um combustível, chega-se a uma temperatura em que o material começa a liberar vapores, que se incendeiam se houver uma fonte externa de calor.

Neste ponto, chamado de “Ponto de Fulgor”, as chamas não se mantêm, devido à pequena quantidade de vapores.

Ponto de Combustão

Prosseguindo no aquecimento, atinge-se uma temperatura em que os gases desprendidos do material, ao entrarem em contato com uma fonte externa de calor, iniciam a combustão, e continuam a queimar sem o auxílio daquela fonte.

Esse ponto é chamado de “Ponto de Combustão”.

Ponto de Ignição

Continuando o aquecimento, atinge-se um ponto no qual o combustível, exposto ao ar, entra em combustão sem que haja fonte externa de calor. Esse ponto é chamado de “Ponto de Ignição”.

Métodos de Extinção do Fogo

Sabendo que é preciso alguns elementos como o combustível, o comburente e o calor para haver fogo. Vamos entender o que é preciso para remover um ou mais desses elementos que formam o fogo para conseguir extingui-lo.

Para isso, temos os seguintes métodos de extinção: por resfriamento; por isolamento; por abafamento e por química.

1⁰ – Extinção por resfriamento

Como o nome sugere, esse método consiste em resfriar o local do incêndio até que ocorra a eliminação do elemento calor, fazendo com que o combustível não gere mais vapores ou gases.

2⁰ – Extinção por isolamento

Já a extinção por isolamento refere-se ao método de eliminação do fogo através da retirada do combustível material. Sendo assim, há duas formas nesse método:

a)            A retirada do material que já está em combustão próximo de outros materiais;

b)           A retirada do material que está próximo ao fogo.

3⁰ – Extinção por abafamento

O método de extinção por abafamento, por sua vez, trata-se da eliminação do comburente (oxigênio). Essa técnica consiste em diminuir ou impedir o contato do ar com o combustível.

4⁰ – Extinção química

Por último, mas não menos importante, o método da extinção química. É um método que tem como objetivo combinar um agente químico com uma mistura inflamável, assim, ele age diretamente da reação em cadeia, tornando essa mistura em não-inflamável.

É de grande importância conhecer não só o fenômeno do fogo, mas também seus métodos de extinção. Contudo, se um incêndio sair do controle é necessário que o Corpo de Bombeiros seja acionado.

Dica Combate a Incêndio

Tipos de Extintores

Os incêndios são classificados em classes, dependendo do tipo de material combustível. As características de queima de cada material, necessitam de tipos diferentes de agentes extintores. Por isso, é muito importante saber identificar o material que está sendo queimado.

As classes de incêndio dos extintores são:

Extintores de Incêndio Classe A – Aparas de papel e madeira

A indicação é feita por um triângulo verde. Incêndios em sólidos, como madeira, papel e borracha e plástico.

Extintores de Incêndio Classe B – Líquidos inflamáveis

A indicação é feita por um quadrado vermelho. Incêndios em líquidos inflamáveis.

Extintores de incêndio Classe C – Equipamentos elétricos

A indicação é feita por um círculo azul. Incêndios em equipamentos elétricos.

Extintores de Incêndio Classe D – Metais combustíveis

A indicação é feita por uma estrela amarela. Incêndios em metais pirofóricos. Pó de zinco, sódio, magnésio, alumínio, antimônio, etc.

Extintores de Incêndio Classe K – Óleos e gorduras

A indicação é feita por um quadrado preto. Incêndios em óleos e gorduras. Utilizado em cozinhas industriais.

Os tipos de agentes extintores

Existem extintores de tamanhos, pesos e mais importante, de agentes extintores diferentes. É fundamental que não só os brigadistas, mas que todos os ocupantes do imóvel, saibam diferenciá-los.

ÁGUA: Age por resfriamento. São utilizados em incêndios Classe A, ou seja, em materiais sólidos como madeira, tecidos, papel, borracha e plástico. Em hipótese alguma deve ser usado em líquidos e gases inflamáveis e em equipamentos elétricos.

GÁS CARBÔNICO (CO2): O gás age por abafamento, extinguindo o oxigênio do local, impossibilitando assim, que a reação do fogo ocorra. São indicados para incêndios classe B e C. E estes são exatamente os casos em que a água não surte efeito, líquidos e gases inflamáveis e em equipamentos elétricos.

PÓ QUÍMICO BC: São utilizados para as mesmas classes de incêndio (B e C) que o extintor de CO2. Mas ao invés de agir por abafamento, age por meio de reações químicas do bicarbonato de sódio.

PÓ QUÍMICO ABC: Este é o agente químico mais completo. Pode ser utilizado em qualquer classe de incêndio. Ele extingue o fogo através do abafamento por fosfato monoamônico.

ESPUMA MECÂNICA: Combatem as classes de incêndio A e B. São muito utilizados em locais que possuem armazenagem de líquidos e gases inflamáveis. A espuma age por resfriamento e abafamento.

O risco no uso inadequados dos Extintores de Incêndio

Já vimos que cada tipo de fogo tem um agente especial que deve ser utilizado. Quando estar regras não são seguidas, coloca-se a vida do operador em risco, além de, permitir que o incêndio se alastre e tome grandes proporções.

Por exemplo, os extintores de água são perfeitos para apagar fogo em madeira, mas em líquidos inflamáveis, como a gasolina, agem de forma contrária. A água pode espalhar o líquido, aumentando o incêndio. Se atingir fiações elétricas, já que a água conduz eletricidade, cria o risco de choques mortais.

Portanto, para que o estrago na hora de apagar o fogo não seja maior que o próprio incêndio, os extintores devem ser usados conforme seu uso e indicação.

Classes de Incêndio e Extintores

2 comentários

flavio silveira de souza · 26 de outubro de 2023 às 08:46

muito importante saber as classes dos extintores.

Roberto dos Santos junior · 16 de agosto de 2024 às 10:27

Gostei bastante do curso

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